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Destaques

Moda em Movimento: A Revolução dos Vídeos que Traduzem Essência

A forma de comunicar moda está mudando, e muito rápido na minha visão... Hoje, registrar um desfile vai muito além de “mostrar roupas”: tem que traduzir sensações, ritmo, textura, conceito… tem que revelar a alma e o conceito do projeto. No lançamento da marca UÓ, de marcelo sommer , essa visão ganhou força com o vídeo produzido pela hungryman , que transformou o desfile em uma obra audiovisual. Escaneamento digital, movimentos de drone, recortes precisos de edição e uma leitura sensível dos detalhes especialmente das peças criadas 100% em upcycling têxtil, eles criaram uma narrativa que amplia o propósito da coleção e coloca a circularidade como protagonista. O resultado é um filme que interpreta. É assim que vejo os novos caminhos da comunicação de moda: - menos registro, mais narrativa - menos equipamento, mais olhar - menos superfície, mais propósito A quem trabalha com imagem, branding, moda, inovação e storytelling: este vídeo é um case contemporâneo de como unir sensibili...

Os ricos também pechincham

Ganham força no mercado os outlets de luxo, varejo especializado em marcas premium, criados para atrair aspirantes à classe A e endinheirados mais precavidos.

Por Bruna BORELLI

Campanha do Chic Outlet mostra a loja em Madri: unidades da companhia
no país cresceram 29% em vendas em 2012


 Até bem pouco tempo atrás, a expressão ponta de estoque definia as lojas que comercializavam produtos de linhas descontinuadas, fora de estação, numeração incompleta ou com pequenos defeitos. Coisa para uma turma menos exigente, que não se importava em ter roupas de coleções passadas ou uma mesa com um tampo de vidro lascado. Agora, no entanto, os tempos são outros: a ponta de estoque velha de guerra virou outlet, os produtos são premium e quem chega para comprar são endinheirados que adoram uma pechincha – sobretudo na Europa, onde a crise bateu mais forte entre a turma abonada. É o caso da cadeia Chic Outlet, da companhia britânica Value Retail, criada em 2003 e que conta com lojas em Barcelona, Madri, Londres, Dublin, Paris, Milão, Bruxelas, Frankfurt e Munique. 

Apostando em marcas fashion, como a inglesa Burberry ou a italiana Versace, em artigos de design sofisticado e serviços impecáveis – de restaurantes a galeria de arte –, os outlets viram o faturamento crescer em 2012, mesmo em plena crise europeia. “Só no primeiro trimestre do ano passado, crescemos 29% nas vendas nas unidades espanholas da rede, em relação ao ano anterior”, diz Desirée Bollier, CEO da Chic Outlet. De acordo com o estudo da consultoria americana Bain&Co, sobre o desempenho global do mercado de luxo, em 2012, os europeus lotaram os outlets atrás de produtos de qualidade a preços que o bolso apertado deles podia pagar. 

Sites especializados em compras off-price também receberam uma enxurrada de pedidos de compra. Nos Estados Unidos, um fenômeno semelhante aconteceu. Em março de 2012, o empresário Jason Binn lançou a revista Du Jour, especializada em barganhas de luxo. Em menos de um ano, a conta do Twitter da publicação tinha mais de três milhões de seguidores. O acesso à compra depende da aprovação de critérios, como ser doador de pelo menos US$ 10 mil por ano para instituições de caridade ou gastar pelo menos US$ 100 mil no setor. Desirée assume seu interesse em operar no Brasil. “Os brasileiros são a quinta nacionalidade que mais consome em nossas lojas, no mundo”, afirma. 
 
Dados do Banco Central confirmam esse potencial: em 2012, os brasileiros gastaram US$ 22,2 bilhões de despesas lá fora, o maior volume da história do País. Porém, abertura de loja mesmo só na China, que ganhará um Chic Outlet em 2014. Para Dhora Costa, professora do curso de moda da Faculdade de Belas-Artes, em São Paulo, os brasileiros de maior poder aquisitivo ainda enxergam com preconceito esse modelo de compra, o que faz do investimento numa operação desse tipo no Brasil uma estratégia arriscada. “Os ricos no País têm receio de usar roupas de coleções passadas”, afirma. Vale lembrar que o Chic Outlet também vende coleções atuais. Contudo, já é possível notar no Brasil uma alteração nesse humor. 

Em junho, a capital paulista ganhará um empreendimento do gênero, focado no setor de decoração: o CasaOutlet, um complexo multiuso às margens da rodovia Régis Bittencourt, com shopping de marcas de alto padrão, como a Espaço Til, Vallvé, Brentwood e byKamy – a preços até 70% menores –, um hotel, restaurante e torre de escritórios de 19 andares. Uma aposta alta, de R$ 80 milhões, apoiada em uma pesquisa que indicou que 95% dos entrevistados frequentariam uma loja desse tipo. Para Arnaldo Kochen, executivo que está no comando da implantação e comercialização do negócio, outros dois fatores deverão contribuir para o sucesso dos outlets no Brasil: o canal de escoamento de produtos, o que incentiva os fabricantes, e o delicado momento da economia global. “As pessoas lá fora estão valorizando mais o seu dinheiro”, afirma. “E aqui não será diferente.”

Fonte:
Nº edição: 799 | Estilo | 01.FEV.13 - 21:00 | Atualizado em 02.02 - 15:14

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