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Destaques

DPPs como Ferramenta de Valor para a Moda no Brasil

  Transformar a obrigatoriedade em vantagem competitiva Embora muitos encarem o DPP como uma exigência regulatória para acesso ao mercado europeu, no Brasil essa tecnologia pode se tornar uma importante distinção de mercado. Marcas que adotarem os passaportes digitais de forma estratégica — seguindo práticas de transparência, rastreabilidade e circularidade — terão a chance de: Aumentar a confiança do consumidor , comunicando transparência total sobre origem, impacto ambiental e ciclo de vida dos produtos. Criar novos fluxos de receita por meio de programas de recompra, revenda ou serviços de manutenção vinculados ao histórico digital do produto. Ampliar valor percebido e engajar clientes , ao transformar cada produto em um canal contínuo de relacionamento e personalização. DPPs permitem que “o valor siga o produto” Com o passaporte digital, as marcas podem acompanhar o produto ao longo de seu ciclo — revenda, manutenção, descarte, e até reenvio à cadeia produtiva mu...

Antonio Haslauer por Vanessa Barone


Revista istoé Dinheiro faz 10 perguntas a Antonio Haslauer.

Com clientes do calibre de Starwoods Hotel, Vogue USA, Dolce&Gabbana, Valentino, Estée Lauder, Brioni e Waldorf Astoria Hotel, a agência de branding nova-iorquina AR NY prepara-se para entrar no mercado brasileiro .

A especialidade da empresa é trabalhar com a “verdade da marca”, ou seja, com a busca da essência de uma grife para valorizá-la aos olhos do consumidor. Entre os sócios da empresa está o brasileiro Antonio Haslauer, que por dez anos foi CEO internacional da grife de moda Forum. Ele falou com exclusividade à DINHEIRO.

DINHEIRO – Como definir o trabalho da AR NY?
HASLAUER – Nossa prioridade é encontrar a “verdade” da marca. Acredito que cada uma possui uma identidade única e que, uma vez revelada, se integra às aspirações do consumidor. Nosso trabalho consiste em trazer a essência à tona.

DINHEIRO – Para que as empresas procuram vocês?
HASLAUER – Os motivos comuns são: construir uma marca, conectá-la aos consumidores e gerar vendas. A reinterpretação de uma grife e a análise aprofundada de sua história revigoram a empresa. Isso permite aos nossos clientes se projetar de uma forma aspiracional, o que se traduz em bons negócios.

DINHEIRO – É possível transformar uma grife comum em premium?
HASLAUER – Certamente, mas é essencial que haja um comprometimento corporativo. Esse reposicionamento deve se manifestar em uma série de fatores que vão desde o produto, passando pelo ponto de venda. O trabalho de branding só funciona e marcas premium só emergem quando há consistência no conjunto de componentes. É essa coerência no cumprimento das promessas que cria uma percepção elevada na mente dos consumidores.

DINHEIRO – Com o estouro da crise, vocês tiveram aumento de clientes?
HASLAUER – Sim. Períodos de crise exigem um foco claro e maior ênfase no que é a essência, a verdadeira vocação de uma empresa. Crise também significa oportunidade, o que levou empresas a se reposicionar, otimizar operações, identificar prioridades e focar em suas grifes.
"Períodos de crise exigem o foco na essência de uma empresa"

DINHEIRO – Como as grifes de luxo enfrentaram a crise?
HASLAUER – Foi crucial manter clareza durante a crise e permanecer fiel à promessa diante de um consumidor ainda mais exigente. Isso incentivou muitas marcas de luxo a reexaminar seus legados históricos e identificar elementos contemporâneos.

DINHEIRO – Elas chegaram a repensar seu posicionamento no mercado?
HASLAUER – O que houve foi uma mudança na forma de se comunicar com o consumidor. As grifes de luxo tiveram de se adequar a um novo consumidor que é participante ativo e interlocutor no diálogo da marca com o mercado.

DINHEIRO – É possível para uma marca de luxo tornar-se mais acessível, sem perder sua alma?
HASLAUER – Essencialmente, uma marca de luxo deve fornecer luxo, mas isso não a impede de ampliar sua presença de mercado. O que elas não podem é abandonar a qualidade. A qualidade deve ser aprimorada ao mesmo tempo que a marca expande sua atuação.

DINHEIRO – Quais os planos da AR NY para o Brasil?
HASLAUER – Gostaríamos de colaborar com marcas brasileiras cuja meta seja capacitar-se para um crescimento global.

DINHEIRO – O foco aqui será as grifes de luxo?
HASLAUER – De forma alguma. Nosso foco não se limita a elas. Hoje a comunicação aspiracional é uma vertente importante na abordagem do consumidor de massa. Todos os consumidores independentemente do nível social reagem favoravelmente à qualidade, à clareza e à beleza.
DINHEIRO – O sr. poderia citar grifes de luxo 100% brasileiras?
HASLAUER – H.Stern, Daslu, Fasano e NK Store, Iguatemi, Itaú Personnalité e Embraer são marcas que chamam nossa atenção.

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