Nova York – A capital do consumo em tempos de crise - Por Henrique Steyer

Sem dúvida a capital do mundo. É lá que as coisas surgem, que as tendências nascem e que as grandes novidades são lançadas. Moda, tecnologia, design, gastronomia, etc, etc, etc. Nova York, o berço de tudo que é novo!



Não é de hoje que a sociedade americana se baseia na cultura do consumo. A partir de 1900, os Estados Unidos tornaram-se a maior potência industrial do mundo, fruto de uma expansão meteórica da industria. A grande quantidade de terras disponíveis e a diversidade climática do país levaram à extração barata de energia do meio ambiente, um dos principais fatores que alimentaram a conhecida Revolução Industrial Americana. Desta forma, os produtos manufaturados tomaram o espaço do artesanato, e a necessidade de novas fábricas trouxe o avanço na tecnologia. Com toda esta produção desenfreada, fica eminente a necessidade de consumo de tudo aquilo que é colocado no mercado. Surge assim, a sociedade do consumo da qual todos somos vitimas hoje em dia.
Julho de 2009 – Abalada pela recente crise financeira, Nova York se esforça para não perder o glamour. Como forma de incentivar as compras, a cidade inteira está em promoção. Macy’s, Bloomingdale's, FAO Schwartz e toda a 5ª Avenida apresentam vitrines especiais de liquidação. As ruas estão lotadas e os consumidores estrangeiros se empolgam com as oportunidades que encontram.

O grande destaque é para a vitrine da Louis Vuitton na 5ª Avenida. A simulação de uma linha de montagem fabril destaca em ordem cronológica as mudanças ocorridas no modelo de bolsa mais tradicional da casa. O percurso inicia com a bolsa original na década em que foi criada, andando por uma esteira que leva a peça à diferentes “pit stops”. Em cada parada, um efeito de luz e movimento revela a reestilização da bolsa ocorrida na década em questão. O grande final é a estilização do modelo criado por Marc Jacobs, que assina todas as criações da Maison desde 1998. Um grande exemplo de criatividade e bom gosto para espantar a crise!

Mesmo com todas as queixas dos americanos, o Brunch do The Plaza Hotel aos domingos continua lotado, as apresentações da Broadway apresentam poucas poltronas vazias e o restaurante do lendário Waldorf-Astoria Hotel aparentemente não teve seu movimento abalado. Pode haver crise, mas para Nova York perder o charme é preciso muito mais.