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Destaques

O Estado da Moda 2026: Quando as regras mudarem

Há algo quase poético  e absolutamente estratégico  acontecendo no mundo da moda e do consumo. E sim, eu vou ousar dizer: o futuro dos negócios tem cheiro de armário de costura da nossa avó . Enquanto a indústria se contorce entre tarifas, volatilidade e IA acelerada, há um movimento silencioso, emocional e profundamente humano crescendo nas bordas: o retorno ao fazer com as mãos , ao “tempo sem tempo”, à habilidade como luxo e à obra como patrimônio afetivo. 1. A aceleração nos empurrou pro limite. A desaceleração virou produto. O relatório é claro: os consumidores estão reavaliando prioridades, cortando excessos, buscando valor real. E valor real ironicamente  não está no “mais rápido”, mas no “mais profundo”. A economia do bem-estar, citada como uma das forças centrais do futuro, mostra isso sem pudor: as pessoas querem se sentir vivas, presentes, pertencentes. E poucas coisas fazem isso melhor do que um bordado emergindo de um ponto, um crochê ganhando forma, ...

Fashion Week Tamanho GG

Lojas especializadas promovem desfiles para quem veste manequim acima de 44
Desfiles de moda em que estrelas das passarelas como Gisele Bintchen, Carol Trentini e Alessandra Ambrósio não são bem-vindas. O peso é de, em média 100 quilos. Cada empresa desembolsou 5000 reais para exibir suas peças “ Fofinha também pode ser estilosa”, diz a exuberante modelo Andrea Boschim, 98 kilos, manequim 48. Ela criou o evento com a amiga Renata Poskus, consultora de marketing (80 kilos, manequim 44).

Os desfiles forame estrategicamente marcados para a época da São Paulo Fashion Week.
Nossa idéia é atrair a imprensa especializada”, assume Andrea.
Avessas a roupas escuras e modelagens que escondem curvas, as duas contam ter dificuldades para comprar peças sensuais e de cortes modernos – o que também serviu de motivação para tirar do papel sua semana de moda, “Quem tem autoestima não precisa desse negócio de esconder o corpo”, decreta Andrea, que usa e abusa de termos para os quais algumas pessoas torcem o nariz como “fofa” ou “cheinha”. Eleita a gordinha mais sexy do Brasil em um concurso da Rede Record, ela recebe até 250 reais por desfile. “ Agora quero virar o Paulo Borges GG”, afirma referindo-se ao diretor do São Paulo Fashion Week.

Para que os planos dêem certo, é preciso que ocorra uma profissionalização do setor: há poucas lojas e agências de modelos plus size. “ Esse segmento tem potencial pra crescer bastante”, avalia Silvio Napoli, gerente de infraestrutura e capacitação tecnológica da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção (Abit). A julgar por uma pesquisa divulgada no ano passado pelo Ministério da Saúde, ele tem razão: o estudo revela 43,3% dos moradores das capitais têm excesso de peso. Destes 13% são obesos. “ Com mais opções de roupa em números grandes, a relevância desse grupo tende a crescer”. Dia o especialista.

Fonte: Veja São Paulo de 10 de jan 2010

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