O visual de Kate Middleton movimenta os negócios das grifes.


A princesa da moda

O visual de Kate Middleton, mulher do príncipe William, dita tendências no mercado fashion e movimenta os negócios das grifes.

Por Bruna BORELLI
Toda mulher, alguma vez na vida, provavelmente já sonhou em ser princesa. Talvez seja por isso que, desde o casamento de Kate Middleton com o príncipe William, em abril do ano passado, todos os olhos estão voltados para a duquesa de Cambridge. Do rumoroso topless no sul da França aos elegantes e grifados vestidos usados em ocasiões oficiais, cada passo que Kate dá tem destaque na mídia internacional. As roupas e os acessórios que usa catalisam a mesma atenção. Para se ter uma noção do tamanho da influência de Kate no setor, a grife londrina Alexander McQueen – responsável por criar o vestido de noiva da princesa – obteve um crescimento de 27% em suas vendas nos quatro meses posteriores à realização do matrimônio, na Abadia de Westminster, em Londres.


Segundo Andreia Miron, consultora de moda e professora da Faculdade Santa Marcelina, Kate faz questão de escolher marcas menos badaladas e repetir roupas. "Tudo para se mostrar gente como a gente”, diz a especialista. Nessa mesma linha de pensamento, a futura rainha consorte da Inglaterra (caso seu marido assuma o trono algum dia, é claro) escolhe roupas de lojas fast-fashion, como o vestido de renda da espanhola Zara, de cerca de R$ 220, usado por ela, e esgotado nas lojas da rede horas após o aparecimento em público. A mídia internacional tem até um nome para o fenômeno causado pela princesa: efeito Kate. O anel de noivado, de safira com diamantes, avaliado em R$ 86 mil, foi outra febre. Tantas pessoas queriam copiá-lo que réplicas eram encontradas no comércio ambulante. 
 
Se a princesa Kate ajuda no faturamento das grifes escolhidas por ela, como uma forma de mídia espontânea, ela é fonte de inspiração de estilistas. “Cada vez mais, as grandes marcas de roupas têm se inspirado no estilo dela para fazer as suas coleções”, diz Andreia. Segundo ela, é por isso que se veem hoje em dia tantos vestidos acinturados, a volta do azul marinho, a cor da realeza, e do fascinator, um acessório de cabelo tradicional na Inglaterra. “Formada em história da arte, ela sabe como usar a aparência a seu favor e, assim, mostra sua elegância e discrição através de suas roupas”, diz Andreia. Daí vem, também, a preferência por roupas de preços mais acessíveis, que fazem com que seu guarda-roupa esteja avaliado em não mais do que R$ 160 mil, segundo o jornal londrino Daily Mail. 
 
O valor é uma pechincha se comparado aos US$ 10 milhões gastos no figurino da atriz americana Sarah Jessica Parker, do Sex and The City 2. Para Andreia Miron, o que faz de Kate uma inspiração para as mulheres dos quatro cantos do planeta é o resgate da feminilidade com estampas discretas, alfaiataria de qualidade e comprimentos na altura do joelho. “Muitas pessoas acham que ela devia ousar mais em seus modelitos”, diz Katherine Hooker, uma das estilistas preferidas de sua alteza. “Mas acho que isso demonstra que ela tem personalidade.” Se quanto mais dinheiro a pessoa tem, mais ela investe na diversidade de cores e tecido, Kate Middleton tem mandado um recado claro com suas escolhas de moda. Bom para grifes como a Chanel e a Prada, famosas por seus estilos clássicos. Porque, ao que tudo indica, o efeito Kate está apenas no começo.