O empresário gaúcho André Krai inovou com a criação de uma rede de franquia em contêineres. Agora, quer expandir os negócios, abrindo hotéis no mesmo formato
Por Rafael Freire
Em 2007, o empresário gaúcho André Krai, de 40 anos, perdeu o avião que o traria de volta ao Brasil depois de uma viagem à China. Por conta disso, precisou pegar outro voo com uma escala de 12 horas em Cingapura. O que parecia uma “grande cilada” (versão anos 2011 para a velha e boa expressão “grande mico”) acabou se tornando o passo inicial para a guinada de sua vida profissional. No país asiático, uma loja instalada dentro de um boxe de metal lhe chamou a atenção.
Krai, que já era proprietário de uma pequena grife de roupas, a Intuição, vislumbrou a possibilidade de montar uma rede varejista em um formato prático, rentável e barato. “Depois que vi aquela loja não consegui tirar a ideia da cabeça”, diz ele à DINHEIRO. Ao chegar ao Brasil, o empresário percebeu que a melhor alternativa era a utilização de contêineres usados. Com esses equipamentos, ele abriu as primeiras seis lojas na região Sul: três em Santa Catarina e o restante no Rio Grande do Sul.
O crescimento será facilitado pelo modelo de negócio criado pelo empreendedor. A começar pelo baixo investimento: entre R$ 100 mil e R$ 250 mil. Todo o processo é feito pela equipe comandada por Krai. Da licença na prefeitura e aluguel do terreno até a montagem da unidade. Ao franqueado cabe apenas assinar o cheque e abastecer a loja com peças feitas por grifes ca-suais e descoladas.
As diárias deverão custar R$ 70. Para Silvio Laban, professor de marketing do Insper, o grande desafio de Krai, será acertar o púbico-alvo. “O País está precisando de hotéis populares, principalmente para quem viaja a trabalho”, diz ele. O momento de apostar nesse nicho, ao que parece, não poderia ser mais apropriado. A taxa de ocupação média da rede hoteleira hoje, está em 85%, no Rio de Janeiro, e 70%, em São Paulo. A ampliação dos negócios em cidades do eixo Norte-Nordeste vem fazendo com que os profissionais viagem mais.
E é nesse nicho que Krai deveria mirar, de acordo com Roberto Fialkovits, professor de negociação empresarial da BBS Bussines School. “Oferecendo um bom custo/benefício, ele pode fazer convênio com empresas para atender executivos que viajam constantemente”, afirma Fialkovits.