Campanha publicitária da grife Versace com a Pop star Madonna
Moda e fotografia estão sempre associadas. Neste universo, todos os estilos e padrões têm seu espaço e local para serem consumidos, apreciados e até mesmo
copiados. Dentro desta temática, dois grandes nomes de destaque apresentam semelhan
ças, cada um em sua área – Gianni Versace na Moda e David LaChapelle na fotografia.
A temática tanto de Versace como de LaChapelle, além de única, é de tal f
orma peculiar que é facil reconhecer o seu estilo em qualquer parte do mundo. No trabalho de ambos, o absurdo e o exagero de cores, formas, pessoas e situações é co
nstante. LaChapelle cria um mundo estático onde tudo tem brilho e tudo o que compõe a imagem está a posando e servindo para a foto, desde os próprios modelos até um acessório aparentemente sem importância. Enquanto isso, Versace sempre foi considerado pela mídia internacional como um sedutor. Não por acaso, causou furor quando pôs as top models Linda Evangelista e Christy
Turlington para desfilar como deusas sadomasoquistas, com peças justíssimas de couro e metal. Gianni Versace foi conciderado por muitos como um gênio. Ele sempre estava à frente dos outros. Era um lançador de tendências.
Na década de 90 LaChapelle começou a ser reconhecido na cena nova-iorquina devido às imagens que cria, testemunho de um mundo surreal, através de fotos ultra saturadas que misturam o glamour com uma fantasia. Entre todas as personalidades que conseguiram ter o previlégio de ser matéria-prima para a obra de
Madonna, Eminem, Pamela Anderson, Uma Thurman, Elizabeth Taylor, David Beckham, Paris Hilton, Leonardo DiCaprio, e Andrew Warhol.
“Obra-Prima” de David LaChapelle
ersace investia pesado com propaganda. Ele só trabalhava com bons fotógrafos como Richard Avedon e Helmut Newton. Seu orçamento para campanhas publicitárias alcançou, na última contabilidade, inacreditáveis 50 milhões de dólares.
Quando pensamos em composição e “efeito”, praticamente todas as fotografias de Lachapelle contam uma história, visto que falam através de personagens que se encontram em situações muito peculiares. Todas essas personagens, parecem ter algo de artificial, como se buscassem à perfeição através dos seus corpos incrivelmente brilhantes e suas poses visivelmente esculpidas, tal qual as representações olímpicas da
Grécia antiga.
Já Gianni Versace ganhou fama e respeito em todo o mundo pela incansável busca pelo conhecimento, sobretudo no campo das artes, arquitetura e moda. Suas coleções sempre ganharam repercussão extra, principalmente pela personalidade polêmica
e arrojada do estilista. Entretanto, não devemos esquecer seus outros atributos, como o uso inovador de materiais inesperados e o estilo variado de inspiração.
Com mais de 138 lojas em todo o mundo, sua trajetória foi uma sucessão de lançamentos e idéias originais, às vezes até perturbadoras. Ele foi um dos primeiros estilistas a explorar o couro na alta costura. Em tudo, seu estilo era sempre ousado, criativo, barroco, com uso surpreendente de cores. Gianni Versace começou a
crescer no mundo todo quando abriu um mercado muito importante para ele em Miami, fazendo uma roupa sexy e latina. Deu certo! Versace apareceu lançando coleções exageradamente coloridas, decotadas e explícitas.
As roupas de Gianni também tiveram importância no cenário teatral e do show business. Ele criou roupas para balés, óperas, shows e peças de teatro. Suas criações
sempre foram disputadas por celebridades, atores e cantores de rock.
É clara a relação entre o trabalho de cada um destes artistas. Hora na moda, hora na fotografia, ambos deixaram sua marca, sua cor e seu estilo. Suas criações são facilmente reconhecidas e identificadas devido ao seu estilo próprio. Muitos não admiram ou não compreendem seus trabalhos, mas seus estilos singulares e inusitados são inquestionáveis e trouxeram um novo modelo a ser seguido.
Fotografias assinadas por David LaChapelle
Jennifer lopes vestida por Versace - Ousadia
Artigo escrito por Henrique Steyer
